O governo espanhol está avaliando implementar uma medida que pode revolucionar o mercado imobiliário do país. Trata-se de um imposto de 100% sobre imóveis adquiridos por compradores não pertencentes à União Europeia. A ideia foi impulsionada pela crescente especulação imobiliária, que tem encarecido os preços das moradias, sobretudo em áreas populares entre estrangeiros, como a Costa do Sol, as Ilhas Baleares e as Canárias.
A proposta visa mitigar os impactos da alta demanda de investidores internacionais que, ao adquirir imóveis em massa, contribuem para afastar os residentes locais do mercado. Segundo dados recentes, cerca de 21% das propriedades em algumas regiões da Espanha são adquiridas por estrangeiros, especialmente por cidadãos britânicos e alemães. Isso provocou um aumento médio de até 15% nos preços em áreas específicas em apenas dois anos.
Caso seja aprovada, a medida pode trazer impactos significativos, tanto positivos quanto negativos. Por um lado, os residentes locais podem ser beneficiados por preços mais acessíveis. Por outro, setores econômicos dependentes de estrangeiros, como o turismo de luxo e as construtoras, podem sofrer um baque inicial.
Os especialistas estão divididos. Alguns apontam que a medida pode ser um primeiro passo para resolver o problema habitacional do país. Outros afirmam que a tributação pode afastar investimentos internacionais e enfraquecer a economia local.
O governo de Pedro Sánchez anunciou que a medida está em consulta pública, mas destaca que sua aprovação dependerá de consenso político e social.