Em meio a um cenário global de crescente protecionismo, o Reino Unido intensifica os esforços para estabelecer um acordo comercial com os Estados Unidos. A movimentação ganhou força após o ex-presidente Donald Trump, cotado como favorito nas eleições americanas, anunciar tarifas de 10% sobre produtos estrangeiros, com impacto direto no setor industrial britânico. As medidas, ainda em fase de planejamento, reacenderam alertas sobre a vulnerabilidade do Reino Unido no pós-Brexit e aumentaram a pressão sobre o governo britânico para garantir acesso competitivo ao mercado americano.
Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, afirmou que um novo tratado entre Londres e Washington é “fundamental para proteger empregos e impulsionar o comércio bilateral”. O governo busca restaurar a influência econômica perdida após sua saída da União Europeia, que anteriormente garantia acordos automáticos com dezenas de parceiros comerciais. Ainda que o Reino Unido esteja sujeito a tarifas inferiores às impostas à União Europeia, a preocupação com a competitividade industrial é crescente.
O Ministério do Comércio Internacional já iniciou conversas com representantes dos EUA para discutir termos que envolvam tarifas de aço, automóveis e produtos agrícolas. Especialistas apontam que, além de vantagens econômicas, um acordo desse tipo fortaleceria a imagem do Reino Unido como parceiro global independente e relevante.
Apesar da urgência, analistas indicam que o caminho até um tratado definitivo pode ser longo, especialmente diante da instabilidade política nos Estados Unidos e das eleições britânicas previstas para o segundo semestre. Mesmo assim, a iniciativa marca uma clara tentativa de reposicionamento estratégico do Reino Unido no tabuleiro geopolítico internacional, reafirmando sua disposição em liderar acordos bilaterais de alto impacto no pós-Brexit.